Mozart Neves Ramos: “Mato Grosso do Sul pela educação”

Categoria: Geral | Publicado: quarta-feira, março 14, 2018 as 10:58 | Voltar

Diretor de Articulação do Instituto Ayrton Senna

 

No entanto, o estado de Mato Grosso do Sul foi além. Mostrou ao Brasil que fazer educação é ter uma visão antecipatória do seu tempo. Assim, enquanto a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ainda estava em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE), estabelecendo direitos de aprendizagem para todos os estudantes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, as secretarias de educação do Estado e dos municípios deixaram de lado eventuais diferenças e começaram a planejar uma proposta integrada de currículo escolar para todo o Estado. Foram seis meses de muito trabalho de alinhamento na construção dessa proposta, mas, com espírito colaborativo, foi possível estabelecer uma agenda comum de implementação da BNCC para 2018, com o apoio do Ministério da Educação (MEC).

Assim, enquanto a larga maioria dos estados ainda não sabe como fazer essa construção, aqui em Mato Grosso do Sul a situação é outra. Por exemplo, neste mês de março já se inicia a implementação de um dos principais eixos da BNCC, que trata de colocar as habilidades socioemocionais no currículo escolar. Nesse sentido, o Instituto Ayrton Senna apoiará essa iniciativa ao construir, em colaboração com as redes públicas de ensino, uma matriz de competências socioemocionais, na perspectiva de que a educação oferecida possa ajudar a desenvolver plenamente os alunos deste Estado.

Como explicitado acima, o Artigo 205 da CF estabelece claramente que não se trata de oferecer qualquer educação, mas uma educação que promova de fato o desenvolvimento pleno da pessoa. Isso significa dizer que precisamos formar educandos que possam ir além do sucesso na vida escolar, mas também de ter sucesso na vida social e pessoal.

Além disso, poderão resolver um problema crítico que temos hoje na educação brasileira. Como os anos finais do Ensino Fundamental (do 6º ao 9º ano escolar) são, em geral, oferecidos pelas duas redes de ensino – Estadual e Municipal –, muitas vezes, os alunos ingressam no Ensino Médio com níveis de aprendizagem bem distintos. Mas, trabalhando de forma articulada, como agora, pode-se assegurar que eles cheguem ao Ensino Médio com maiores chances de ter os mesmos níveis de aprendizagem. Além do currículo, é preciso que as redes também construam uma política comum de formação de professores. Mas, dada a maturidade alcançada pelas redes públicas de ensino de Mato Grosso do Sul, tudo leva a crer que talvez estejamos falando de um novo tempo para a educação do Estado – e que este exemplo sirva de inspiração para o resto do Brasil!

Fonte: Correio do Estado/14/03/2018

Publicado por: Maria de Lourdes da Silva Marques

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